Art/Research/Concept/\performance/\Visual&Sound Composition/ Interactive Technologies/Song/Poetry/Culture Reloaded
Works
Linha do Tempo
2013
Sempre em busca de novas reinvenções da existência que sublimem as adversidades apresentadas pela vida, através das estruturas sociais que nem sempre estão de acordo com o respeito a vida, a produção intelectual e de fruição estética das mulheres, entre tantos e tantos fatores, a produção de aquarelas deu-se em uma sequência de pinturas, com intensidade a partir deste ano. Convidada, e mesmo "intimada" pelo artista Alberto Kaplan a participar de suas oficinas Elen Nas mergulhou nas tintas, nas suas histórias e narrativas de sereias, das memórias dos romantismos e imensidão, nos fluxos abstratos, onde aplicou sua vocação para o risco, o caráter experimental da linguagem, a crença no acaso.
2012
Pictogramas Sonoros Interativos iniciou-se como uma pesquisa de recursos não explorados por outros usuários do Software Livre Reactivision, até então. O processo de performance vivido no aquário pela "sereia lab"fez com que a artista, para uma organização interna, visse conteúdos simbólicos em cada desenho gerado computacionalmente que, em verdade funciona como um "código de barras" ou "QR" code.
Assim, os desenhos feitos à mão começaram a surgir em papel e lápis, ou caneta esferográfica, para em seguida ir migrando para tintas, nanquim, papéis especiais e outros suportes como tecido, acrílico, etc. Foram muitos protótipos montados, experiências criadas e compartilhas, mesmo em "fase embrionária"e de testes.
Neste ano também: Lirismo na Rua (performances, intervenções urbanas, colagens)
"Sereia" foi composta nadando de costas no mar no final da década de 90. A inspiração veio do folclore brasileiro e a relação instigante do mito com a música, o feminino e a sedução. No ínicio era uma música que foi composta cantarolando e acompanhou a cantora na sua viagem ao exterior, mas era apenas cantada quando ia nadar nos parques aquáticos para relaxar. Apenas alguns anos depois ela foi harmonizada e até hoje não possui um arranjo definitivo. A canção têm sido objeto de experimentações sonoras variadas.
A etapa seguinte entre destruição e reinvenção, contra a depressão, foi pegar livros raros de partituras e torná-los base para desenhos em nanquim e colá-los posteriormente nas paredes da rua.
Obviamente que o que foi colado na rua, depois de alguns meses exposto, foi destruído e coberto por outras pessoas. Desse modo, depois de algumas ações a artista passou a montar os painéis para uma exposição, que veio a ocorrer em 2014.
Na primeira ação organizada do Lirismo na Rua como performance operística a artista produziu uma saia de partituras (com o mesmo acervo de livros raros) objetivando anunciar a performance através da idumentária, o parangolé que não visava esconder a condição precária de quem se dedica a arte como trabalho, vocação que requer investimentos. Os transeuntes podiam depositar contribuições em uma urna, e a surpresa é que ocorreram contribuições bastante generosas e o perfil dos contribuintes demonstrava que tanto os trabalhadores mais populares, camelôs de rua, quanto os mais bem remunerados que ao lado do Palácio Gustavo Capanema representa os que trabalham nos Ministérios da Fazenda ou Trabalho, Consulados Americano e do Japão, ou empresas como a Vale do Rio Doce, demonstraram apreciar igualmente a arte do canto lírico e da ópera, em sua versão performativa e visceral nas ruas!
O filme em dias de maré cheia acordo com o sol para conversar cedinho com a lua é incidental e acidental. Experimental resultante de um teste de improviso vocal e dos recursos de uma câmera de bolso Olympus, o filme foi posteriormente editado em Software Livre, enquanto o áudio foi trabalhado com softwares específicos para garantir maior dramaticidade. No entanto a captação do áudio é da própria câmera, sem nenhum recurso adicional.
Todos os trabalhos, desde a performance até as edições e montagens, são feitos pela autora, que é também quem elabora os projetos, desde as planilhas aos esboços esquemáticos.
Mais uma necessidade do que realmente a vontade de ser conhecido como aquela "seja marginal, seja herói", ainda que seja heróico manejar vários canais para que as coisas não fiquem presas apenas no desejo, na vontade. Por outro lado, ter resultado, reconhecimento de mérito, etc., estas já são questões que englobam debates acerca da cultura.
2011
"Cabeça de Martelo" foi composta na primeira metade da década dos 2000 e produzida pela própria autora na segunda metade dos 2000, tendo recebido, posterioremente contribuições de Bruno Queiroz nos arranjos eletrônicos para ser apresentada pela "DJ Subaquática" no Projeto Sereia Lab.
Prego Amor marca a fase inicial de luta contra a depressão da artista e representa sua atitude construtivista, operária, a necessidade de trabalhar com metal, empregar esforço físico, mantendo a fruição artística dentro de uma situação de precariedade financeira quando o país ainda prosperava a despeito de crises internacionais. Os editais preconizavam necessidade de inovação nas artes e as poéticas relacionadas as águas e sereias tornavam-se cada vez mais populares entre diversos artistas, seja iniciantes, seja os bem estabelecidos e com reconhecimento. No entanto, enquanto a precursora, Sereia Lab não tinha oportunidade de compartilhar suas pesquisas e criações, de performance e mixagem sonora dentro d'água, em outras regiões do Brasil, a artista estudava a possibilidade de espalhar a mensagem "ame" pela cidade, escrita com pregos. Para tanto, pegou uma tábua e resolveu fazer um protótipo em casa com o objetivo de entender a complexidade da tarefa, tempo, necessidade de material, etc. O trabalho resultou visualmente interessante e foi chamado "Tábua de Pregos". Uma surpresa nesta tábua foi que, devido a boa qualidade da madeira, o toque, mesmo o mais suave, nos pregos, fazia um som muito agradável, o que agregou ao trabalho o estatuto de "objeto sonoro"e mesmo "instrumento musical" nomeado "Harpa de Pregos". Dentro deste processo, Elen Nas visitou a ocupação Punk na Região do Porto chamada "Flor do Alsfalto" e lá sugeriu a possibilidade da intervenção urbana. O rapaz lhe falou que, devido as ameaças de despejo da ocupação (o plano de revitalização daquela região...), ele não estava podendo "pregar amor" pela cidade. O trabalho foi portanto variando nomes, desde "tábua de pregos" e "harpa de pregos", para "Prego Amor", a depender do contexto em que se apresenta.
Prego Amor
Yemaninja 2010
Yemaninja foi um exercício de edição e mixagem sonora ao vivo, com inserção de vozes, apresentada no Plano B da Lapa.
O objetivo de dar continuidade com a pesquisa sonora e de tecnologias do Projeto Sereia Lab, mesmo sem recursos de montagem para a instalação com o aquário.
Foi utilizado o software Reactivision com as imagens dos Fiducials para realizar as mixagens sonoras através de Realidade Aumentada. Na ocasião da filmagem acima foram apresentadas mixagens tais como Força Origem e Yemaninja.
Neste ano foram também formulados e apresentados projetos para os Editais do Oi Futuro (Artes Visuais e Música), Funarte (Artes Visuais e Pesquisa), Banco do Brasil, entre outros, assim como foi investido apresentações, envios e acompanhamentos para os os Editais de Leis de Incentivo, aos quais foram aprovados entre 2010 e 2011 sete certificados ao total, para os quais iniciou-se também uma pesquisa de campo a respeito de Captação de Recursos, contato com empresas, reuniões com curadores, produtores e setores de comunicação das empresas que se dispõe a investir em cultura e que dão enfoque ao incentivo para o fomento da produção nacional e da inovação.
A seguir (e ao lado), alguns 'esquemas' das instalações propostas em 2009 e 2010 para os Editais: "Metalinguagem", "Jardim Refletido", "La nave va", "LabAcus", "Oh Per Ah", "Perfume de Benzê", "Verbo".
2009
Sereia Lab
O projeto Sereia Lab deu início ao modismo das sereias, ou melhor, o seu retorno, revisão, renovação. A poética e interesse pelas sereias vem de processos anteriores a mais de 15 anos, onde a inspiração principal foi as relações do inconsciente com a música e o femino. Os chamados das sereias, antes gregas, mas do folclore brasileiro. Em 2008 foi elaborada a proposta de performance dentro de um aquário, em formato de projeto de instalação multimidia. Ganhou um edital público por suas características inovadoras no campo da Arte Eletrônica. Aconteceu como exposição interativa e performances em 2009. O objetivo da autora não foi mimetizar uma sereia, mas evocar presença destes símbolos, com tudo que eles provocam: despertar sonhos, memórias, emoções.
Mais informações sobre o projeto aqui.